Uma nova postagem sobre um artigo feito por mim, sobre a problemática acima.
Ciente da necessidade da superação de uma pratica docente conservadora e tecnocrática, propomos trabalhar no seguinte artigo uma leitura geográfica sobre o problema da precarização do trabalho docente na educação brasileira. Compreendendo as razões históricas sobre a precarização do trabalho e suas conseqüências no fazer docente, buscaremos fazer uma discussão como esse processo de trabalho capitalista interfere na atividade docente. Entendemos que os conceitos da ciência geográfica se cruzam na mesma perspectiva de entendimento da precarização do trabalho docente, e cientes dessas conseqüências procuraremos propor possíveis soluções da problemática em questão.
Ao analisarmos o atual processo de precarização do trabalho docente percebemos que a uma possibilidade de fazer um novo saber, agora mais politizado, a onde a ciência geográfica através de seus pensadores poderá direcionar o debate em torno de uma reflexão e de uma possibilidade de renovação do pensamento.
Com ênfase nas discussões geográficas procuraremos através de nossos conceitos e métodos, utilizados em nossa ciência, a explicação para essa nova forma de precarização do trabalho docente.
Hoje compreendemos que a escola é o local onde podemos ter a formação completa de um cidadão, na escola encontraremos formas de desenvolvimento pessoal, econômico e cultural na forma de ensino e aprendizagem. A geografia entra nesse processo como forma de entender a sociedade desigual e complexa existentes hoje em diferentes mundos (Desenvolvidos X Subdesenvolvidos).
Ao discutir a questão da escola, percebemos que a mesma já não exerce o papel fundamental de desenvolvimento cognitivo para as pessoas. O que se observa hoje em dia é que a produção docente está muito mais voltada à formar pessoas para o mercado de trabalho capitalista, para que a reprodução do sistema seja de forma concisa e que os futurus profissionais sejam tecnocrata. Sustentando assim a forma econômica vigente
Nessa perspectiva a escola funcionará como forma de representação da classe dominante apresentada, e trará a idéia de que apenas os professores terá a capacidade de mudar essa realidade do saber. Só que nessa mesma perspectiva o professor aparecerá com uma nova forma de trabalho, agora com uma preocupação social a cerca dos alunos. Fazendo com que suas atividades sejam acumuladas e fugindo da sua real intervenção na sociedade.
No âmbito escolar brasileiro observamos que o ensino fundamental é obrigatório, mais o médio já se torna a mercê do sistema capitalista. E essa nova formula de tratar a docência irá se remeter a nova forma de se estudar Geografia, essa concepção revela que a produção literária da Geografia esteve sempre em escalas de afirmação de um estado capitalista.
A Geografia que se ensina, sob o modelo do arranjo espacial, que é o mesmo arranjo hierarquizador do plano geral da sociedade e do Estado, reproduz e reitera, sobre o povo, sobre a sociedade enfim, a ordem política vigente, a ordem do poder imperante. (Moreira, p.31)
Isso nos mostra que a sociedade de hoje ja é estratificada. E essa geografia que é ensinada hoje nas escolas entra como legitimador desse processo de precarização da docência.
Não só a escola, mais como toda forma de trabalho vai priorizar os donos do poder, ou seja, a reprodução do capital da classe dominante acabará por formalizar a classe dominada. Desse modo o ensino irá contribuir na forma de aculturamento desse processo. Ou seja, a criança pobre aprenderá que a sua cultura, e força de trabalho estará subordinada a uma classe dominante.
De certa forma o que o estado propõe nem sempre é a realidade apresentada em sala de aula. Isso se se verifica quando percebemos que em um âmbito escolar existem diferentes perspectivas de interesse. De maneira geral o ensino se precariza, pois a forma de oportunidades apresentadas em diferentes classes sociais não atende uma exigência formal para educação.
Logo se observa que as discussões sobre o que se passa no universo escolar a cerca de valores, métodos e didáticas continuam fora do debate. Isso se caracteriza que a escola de hoje não tem a preocupação de formar um ser social. E sim de reprodução da mão-de-obra para o mercado capitalista ou para construir novas tecnologias que venha a substituir velhas praticas, já ultrapassadas em seu processo produtivo.
Desse modo ver-se que a educação profissionalizante é a solução para a sociedade nos moldes contemporâneos, e essa solução acabará por mecanizar e precariza o trabalho docente nas escolas brasileiras.
Este cenário é especialmente singular na medida em que “[...] o sistema público estatal enfraquecido e sem perspectivas – caso permaneçam as políticas dominantes- tem o seu quadro de professores na prática materialmente impossibilitado de buscar aperfeiçoamento, renovação, de modo constante”. (OLIVA: 2008, p.38)
A perspectiva do saber geográfico atrelado a uma nova pedagogia mostra que o problema educacional é chave de um processo de solução da pratica humana na sociedade, com a educação o ser humano é capaz de se desenvolver socialmente e cognitivamente sobre as questões que lhe são impostas no meio social.
REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS.
REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS.
VESENTINI, J. W. (Org.). Geografia e ensino: textos críticos. Campinas: Papirus, 1994.
MOREIRA, R. O que é geografia. São Paulo: Brasiliense, 1994. (Coleção primeiros passos; 48).
OLIVA, J. T. Ensino de geografia: um retrato desnecessário. In.: CARLOS, A. F. A (Org.).
A geografia na sala de aula. São Paulo: Contexto, 2008.
LEFÈBVRE, H. A re-produção das relações de produção. Porto: Escorpião, 1973.
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