Geografista

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terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Crítica ao modelo-padrão de sustentabilidade

Os documentos oficiais da ONU e também o atual borrador para a Rio+20 encamparam o modelo padrão de desenvolvimento sustentável: deve ser economicamente viável, socialmente justo e ambientalmente correto. É o famoso tripé chamado de Triple Botton Line (a linha das três pilastras), criado em 1990 pelo britânico John Elkington, fundador da ONG SustainAbility. Esse modelo não resiste a uma crítica séria.

Desenvolvimento economicamente viável: Na linguagem política dos governos e das empresas, desenvolvimento equivale ao Produto Interno Bruto (PIB). Ai da empresa e do pais que não ostentem taxas positivas de crescimento anuais! Entram em crise ou em recessão com conseqüente diminuição do consumo e geração de desemprego: no mundo dos negócios, o negócio é ganhar dinheiro, com o menor investimento possível, com a máxima rentabilidade possível, com a concorrência mais forte possível e no menor tempo possível.

Quando falamos aqui de desenvolvimento não é qualquer um, mas o realmente existente que é aquele industrialista/capitalista/consumista. Este é antropocêntrico, contraditório e equivocado. Explico-me.
É antropocêntrico pois está centrado somente no ser humano, como se não existisse a comunidade de vida (flora e fauna e outros organismos vivos) que também precisa da biosfera e demanda igualmente sustentabilidade. É contraditório, pois, desenvolvimento e sustentabilidade obedecem a lógicas que se contrapõem. O desenvolvimento realmente existente é linear, crescente, explora a natureza e privilegia a acumulação privada. É a economia política de viés capitalista. A categoria sustentabilidade, ao contrário, provém das ciências da vida e da ecologia, cuja lógica é circular e includente. Representa a tendência dos ecossisstemas ao equilíbrio dinâmico, à interdependência e à cooperação de todos com todos. Como se depreende: são lógicas que se auto-negam: uma privilegia o indivíduo, a outra o coletivo, uma enfatiza a competição, a outra a cooperação, uma a evolução do mais apto, a outra a co-evolução de todos interconectados.

É equivocado, porque alega que a pobreza é causa da degradação ecológica. Portanto: quanto menos pobreza, mais desenvolvimento sustentável haveria e menos degradação, o que é equivocado. Analisando, porém, criticamente, as causas reais da pobreza e da degradação da natureza, vê-se que resultam, não exclusiva, mas principalmente, do tipo de desenvolvimento praticado. É ele que produz degradação, pois delapida a natureza, paga baixos salários e gera assim pobreza.
A expressão desenvolvimento sustentável representa uma armadilha do sistema imperante: assume os termos da ecologia (sustentabilidade) para esvaziá-los. Assume o ideal da economia (crescimento) mascarando, a pobreza que ele mesmo produz.

Socialmente justo: se há uma coisa que o atual desenvolvimento industrial/capitalista não pode dizer de si mesmo é que seja socialmente justo. Se assim fosse não haveria 1,4 bilhões de famintos no mundo e a maioria das nações na pobreza. Fiquemos apenas com o caso do Brasil. O Atlas Social do Brasil de 2010 (IPEA) refere que cinco mil famílias controlam 46% do PIB. O governo repassa anualmente 125 bihões de reais ao sistema financeiro para pagar com juros os empréstimos feitos e aplica apenas 40 bilhões para os programas sociais que beneficiam as grandes maiorias pobres Tudo isso denuncia a falsidade da retórica de um desenvolvimento socialmente justo, impossível dentro do atual paradigma econômico.
Ambientalmente correto: O atual tipo de desenvolvimento se faz movendo uma guerra irrefreável contra Gaia, arrancando dela tudo o que lhe for útil e objeto de lucro, especialmente, para aquelas minorias que controlam o processo. Em menos de quarenta anos, segundo o Índice Planeta Vivo da ONU (2010) a biodiversidade global sofreu uma queda de 30%. Apenas de 1998 para cá houve um salto de 35% nas emissões de gases de efeito estufa. Ao invés de falarmos nos limites do crescimento melhor faríamos falar nos limites da agressão à Terra.

Em conclusão, o modelo padrão de desenvolvimento que se quer sustentável, é retórico. Aqui e acolá se verificam avanços na produção de baixo carbono, na utilização de energias alternativas, no reflorestamento de regiões degradadas e na criação de melhores sumidouros de dejetos. Mas reparemos bem: tudo é realizado desde que não se afetem os lucros, nem se enfraqueça a competição. Aqui a utilização da expressão “desenvolvimento sustentável”possui uma significação política importante: representa uma maneira hábil de desviar a atenção para a mudança necessária de paradigma econômico se quisermos uma real sustentabilidade. Dentro do atual, a sustentabilidade é ou retórica ou localizada ou inexistente.

BOFF, Leonardo: Sustentabilidade: o que é e o que não é:Editora Vozes, Petropolis 2012.

domingo, 29 de janeiro de 2012

Geografia: O Espaço Historicizado - saberes e poderes na Educação.

Na sociedade moderna, os homens se distinguem em duas posições frente ao sistema em que está integrado: os que sabem e os que não sabem. Na medida em que o primeiro viabiliza algumas decisões como: interfiri, agir,direcionar a vida política, cultural e até artistitica. Isso nos revela que a Educação Escolar, longe de igualar as oportunidades a todos no mundo. É legitimada e um poderoso isntrumento de diferenciação de poder, nem que muita das vezes isso não aconteça, mas por ser um instrumento de diferenciação acaba por exercer esse papel.

Durkheim diz que

"cada sociedade, considerada em momento determinado do seu desenvolvimento, possui um sistema de educação que se impõem aos individuos de modo geralmente direcionado a algum proposito... Há, pois, a cada momento, um tipo regulador de  educação do qual não nos podemos separar sem vivas resistências"

Se nóis não podemos nos libertar das "forças ocultas" que atrasam nosso país, fazamos uma nova educação para a sociedade paltada no momento histórico. Portanto, conhecer o tipo de sociedade em que estamos aglutinados é importante para analisar as estruturas politicas, economicas e culturais.

A consciência da possibilidade da mudança, da transformação, pode ser atingida através do conhecimento da historicidade da sociedade. E a Geografia, se despojada de sua deformação de ciência que se limita a descrever pontos geográficos, rios e picos, poderia se transformar num poderoso instrumento de conhecimento do espaço como produção humana, seja o espaço do homem do campo, seja o espaço urbano, seja o espaço natural apropriadoe transformado pela ação ordenada ou desordenada ou produtiva. O estudo da Geografia deve mostrar que o espaço é incorporado à realidade humana pelo força de trabalho. Devem também revelar a historicidade do espaço habitado, e principalmente mostrar a interferencia do homem sobre as suas ações, ou seja o interesse.

É necessário, superar a concepção de que a educação escolar tem por função apenas repetir o conhecimento do passado, é necessario superar o o saber ja sabido e considerado útil. É necessário superar a educação conformista.


REFERENCIAS BIBLIOGRAFICA

Rodrigues, Neidson. Lições dos Principe e outras lições, -São Paulo

BARROSO, J. Gestão local da educação: entre o Estado e o mercado, a
responsabilização colectiva. In: MACHADO, L.; FERREIRA, N. (Org.). Política
e gestão da educação: dois olhares. Rio de Janeiro: DP&A; ANPAE, 2002.
p. 173-197.

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Aos Professores de Geografia

Senhores(colegas) professores.

Lembro-me, muito bem, de quando era criança, ainda aluno no 4º ano do fundamental I, que , por varias vezes, fui obrigado a permanecer na classe após o tempo normal de aula( nunca fui um aluno exemplar), pra que pudesse estudar, até decorar as questões que minha professora de Geografia exigia que eu solbesse: o que era um ISTMO, ESTREITO, PICOS ALTOS, NOMES DE CAPITAIS DE PAÍSES.

Geralmente, em um tempo não muito distante o ensino de Geografia, no Brasil, teve que se limitar a informar nomes de acidentes geográficos. Os alunos apreenderiam o nome do maior rio do Brasil, dos seus afluentes; o nome das serras, das cadeias e das cordilheiras de várias regiões do mundo, os nomes e alturas das principais montanhas, e os nomes das capitais. Dificilmente trabalhavam diferenças economicas de produção, econômia de diferentes países.
O ensino se reduz a explicitar a realidade de um espaço morto ou de uma natureza sem dinamismo, a Geografia se transforma ano a ano, num espécie de sofrimento para o estudante. Isto porque se ignora o fundamental, no ensino dessa disciplina, ou seja, que o aluno deve compreender o espaço não como algo parado que existe para ser descrito, mas como uma realidade viva que está sendo construida pelos homens. O ESPAÇO GEOGRÁFICO É O ESPAÇO OCUPADO PELO HOMEM, E , PORTANTO, TRANFORMADO POR ELE. Este processo de transformação ocorre quando o homem produz bens, constrói estradas, incorpora instrumento que estabelecem ligações entre varias regiões.

A Geografia deve ser uma ciência viva, na qual as montanhas, os rios, as florestas, as paisagens, as cidades, enfim, sejam compreendidas na sua importancia. Não restringindo-se a conceitos FRIOS. São importantes na medida socialmente e passam a ter uma relação vital com o homem que está construindo e reconstruindo o espaço.

É está a Geografia que devemos ensinar e não uma espécie de ciência morta, desnecessaria, que exige do educando apenas a memorização de certas informações para serem repetidas numa prova final, porque um professor ou um livro as julga importante.

E nessa filosofia que resolvi ser professor, talvez, não para quebrar paradigmas. Mais sim, para fazer de uma ciência tão importante que é a Geografia, a ser respeitada em todos os seus niveis. Sei que está longe ainda de chegar a onde eu quero! Mais faço a minha parte, faço da minha realidade o sonho execultado. Espero que os colegas que ministram a ciência geográfica esteja dispostos a ter uma filosofia voltada para realmente expandir os conceitos que nos escolhemos estudar, e não se omitir por certos modelos ideologicos, economicos e sociais.

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

A Faceta do "EcoCapitalismo"

Embora que o desenvolvimento sustentável, cada vez mais, faça parte do dia a dia das pessoas e do posicionamento das empresas e dos governantes. O tema preservação da natureza ainda gera algumas polêmicas, como é o caso da existencia de algumas pessoas se dividindo em correntes de pensamentos diferentes. Isso está totalmente atrelado a uma postura de falta de orientação de que realmente venha ser a "crise ambiental". Se realmente existe? Se tudo não passa de mais um jogo politico? Procuramos através de alguns esclarecimentos traçar um paralelo para entendimento de uma dessas correntes existentes que no caso de uma delas é o Ecocapitalismo - que ja na década de 80 já era motivo de debate, e ganhou maior notoriedade a partir de 1992, com a realização da ECO-92.

A idéia ecocapitalista tem uma visão um tanto otimista do futuro e que sustenta que os problemas ambientais não são tão alarmantes a ponto de colocar em risco a vida humana. Por isso, defende a exploração dos recursos naturais e a solução dos problemas ambientais por meio de novas tecnologias, que assegurariam a preservação da natureza.
             
            Os Ecocapitalistas argumentam que o mercado, que vai entrar como um alocador de recursos, que é disciplinado por um Estado que atua como guardião ecológico da sociedade, ou seja, o Estado do Bem-Estar Social deve transformar-se no Estado do Bem-Estar Socioecológico.

O tema acima se sustenta na necessidade de desmistificação das ideologias impostas pelo sistema capitalista de produção onde no atual quadro social que nos encontramos o Homem é dissociado da Natureza e as praticas ambientais fomentadas pelas políticas públicas apenas massificam a ideologia capitalista de dissociação do Homem – Natureza. 
 



Artigo produzido por mim, Átila Firmino, e grande colega de curso Ana Paula Vasconcelos onde em forma de oficina conseguimos realizar belissimo trabalho em uma escola da rede estadual.



quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

A MAQUIAGEM DA FORTALEZA BELA


È notório que 2014 já está batendo na porta dos fortalezenses, as intervenções da copa do mundo já viraram rotina em nossa cidade. O que se observa é que o investimento privado está roteando toda a cidade da capital do Cearense. É fato que nós seremos a primeira cidade sede a entregar as reformas do estádio castelão com as exigências da FIFA.

Mais todos esses investimentos escondem verdades em que a população não tem acesso, e acaba por criar um “ar” de idealismo que o desenvolvimento e o crescimento econômico iram finalmente chegar a Fortaleza. As modificações nos espaços da cidade estão longe de chegar ao ideal, explica-se pela falta de diálogo do governo do estado e da prefeitura de Fortaleza. Observa-se que as obras de competência do excelentíssimo senhor governador já estão bem avançadas no quesito de entrega, o estádio Castelão já se encontra com 50% de suas obras feitas. Diferentemente é o que se encontra as ruas de Fortaleza. Observamos nesse começo de ano a ordem de serviço das primeiras obras de mobilidade. Serão intervenções na Via Expressa e nas avenidas Alberto Craveiro, Dedé Brasil e Paulino Rocha, num valor superior a R$ 145 milhões. Essas vias serão beneficiadas com melhorias na drenagem, na malha viária, na sinalização e na iluminação pública. No total, o investimento chega a R$ 261,5 milhões. A assinatura faz parte da programação da visita de representantes da Fifa e do Comitê Organizador Local (COL) da Copa. Além disso, várias secretarias municipais preparam nossa cidade para o torneio mundial. É o caso dos programas Transfor, Drenurb e Preurbis na área de infraestrutura. O problema a ser superado pelos órgãos públicos competentes é a falta de pontualidade nas entregas de obras, hoje encontramos grandes obras paradas ou totalmente atrasadas por falta de planejamento ou pelas empreiteiras refazerem os seus orçamentos nas obras.

A grande pergunta que surge nesse contexto é que se essas obras realmente serão de acesso a toda a população? A grande questão a ser resolvida já se apresenta uma resposta definitiva, que a COPA DE 2014 NÃO SERÁ PARA A PARCELA MAIOR DA POPULAÇÃO! Isso se concretiza pelo fato das empresas organizadoras (FIFA, COCA-COLA, SONY, LG entre outras) colocam os seus “investimentos”, que na maioria das vezes é publico, a um marketing para venda de seus produtos. E é uma questão logica que a população menos favorecida não terá o acesso a essas dependências turísticas, pelo fato da falta de CAPITAL.

Outras questões devem ser analisadas com bastante critério, uma diz respeito a questão ambiental, que no caso essas intervenções estão longe de serem constitucional a legislação ambiental e a outra ao desrespeito da remoção da população em torno ao estádio.
Logico que não seremos hipócritas ao ponto de não querermos um evento dessa magnitude em nossa cidade. Isso trará uma visibilidade muito maior, fazendo com que as desigualdades sociais diminuam. Fortaleza vive um momento jamais vivido, mais mesmo assim não conseguiu quebrar os paradigmas de seu sucateamento social.

segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

OBSERVAÇÕES GEOGRAFICAS DA PRECARIZAÇÃO DO TRABALHO DOCENTE.

Uma nova postagem sobre um artigo feito por mim, sobre a problemática acima.

Ciente da necessidade da superação de uma pratica docente conservadora e tecnocrática, propomos trabalhar no seguinte artigo uma leitura geográfica sobre o problema da precarização do trabalho docente na educação brasileira. Compreendendo as razões históricas sobre a precarização do trabalho e suas conseqüências no fazer docente, buscaremos fazer uma discussão como esse processo de trabalho capitalista interfere na atividade docente. Entendemos que os conceitos da ciência geográfica se cruzam na mesma perspectiva de entendimento da precarização do trabalho docente, e cientes dessas conseqüências procuraremos propor possíveis soluções da problemática em questão.

           Ao analisarmos o atual processo de precarização do trabalho docente percebemos que a uma possibilidade de fazer um novo saber, agora mais politizado, a onde a ciência geográfica através de seus pensadores poderá direcionar o debate em torno de uma reflexão e de uma possibilidade de renovação do pensamento.
Com ênfase nas discussões geográficas procuraremos através de nossos conceitos e métodos, utilizados em nossa ciência, a explicação para essa nova forma de precarização do trabalho docente.

Hoje compreendemos que a escola é o local onde podemos ter a formação completa de um cidadão, na escola encontraremos formas de desenvolvimento pessoal, econômico e cultural na forma de ensino e aprendizagem. A geografia entra nesse processo como forma de entender a sociedade desigual e complexa existentes hoje em diferentes mundos (Desenvolvidos X Subdesenvolvidos).

 
Ao discutir a questão da escola, percebemos que a mesma já não exerce o papel fundamental de desenvolvimento cognitivo para as pessoas. O que se observa hoje em dia é que a produção docente está muito mais voltada à formar pessoas para o mercado de trabalho capitalista, para que a reprodução do sistema seja de forma concisa e que os futurus profissionais sejam tecnocrata. Sustentando assim a forma econômica vigente

            Nessa perspectiva a escola funcionará como forma de representação da classe dominante apresentada, e trará a idéia de que apenas os professores terá a capacidade de mudar essa realidade do saber. Só que nessa mesma perspectiva o professor aparecerá com uma nova forma de trabalho, agora com uma preocupação social a cerca dos alunos. Fazendo com que suas atividades sejam acumuladas e fugindo da sua real intervenção na sociedade.

 
No âmbito escolar brasileiro observamos que o ensino fundamental é obrigatório, mais o médio já se torna a mercê do sistema capitalista. E essa nova formula de tratar a docência irá se remeter a nova forma de se estudar Geografia, essa concepção revela que a produção literária da Geografia esteve sempre em escalas de afirmação de um estado capitalista.


A Geografia que se ensina, sob o modelo do arranjo espacial, que é o mesmo arranjo hierarquizador do plano geral da sociedade e do Estado, reproduz e reitera, sobre o povo, sobre a sociedade enfim, a ordem política vigente, a ordem do poder imperante. (Moreira, p.31)





           Isso nos mostra que a sociedade de hoje ja é estratificada. E essa geografia que é ensinada hoje nas escolas entra como legitimador desse processo de precarização da docência.

           Não só a escola, mais como toda forma de trabalho vai priorizar os donos do poder, ou seja, a reprodução do capital da classe dominante acabará por formalizar a classe dominada. Desse modo o ensino irá contribuir na forma de aculturamento desse processo. Ou seja, a criança pobre aprenderá que a sua cultura, e força de trabalho estará subordinada a uma classe dominante.

          De certa forma o que o estado propõe nem sempre é a realidade apresentada em sala de aula. Isso se se verifica quando percebemos que em um âmbito escolar existem diferentes perspectivas de interesse. De maneira geral o ensino se precariza, pois a forma de oportunidades apresentadas em diferentes classes sociais não atende uma exigência formal para educação.

          Logo se observa que as discussões sobre o que se passa no universo escolar a cerca de valores, métodos e didáticas continuam fora do debate. Isso se caracteriza que a escola de hoje não tem a preocupação de formar um ser social. E sim de reprodução da mão-de-obra para o mercado capitalista ou para construir novas tecnologias que venha a substituir velhas praticas, já ultrapassadas em seu processo produtivo.

         Desse modo ver-se que a educação profissionalizante é a solução para a sociedade nos moldes contemporâneos, e essa solução acabará por mecanizar e precariza o trabalho docente nas escolas brasileiras.

Este cenário é especialmente singular na medida em que “[...] o sistema público estatal enfraquecido e sem perspectivas – caso permaneçam as políticas dominantes- tem o seu quadro de professores na prática materialmente impossibilitado de buscar aperfeiçoamento, renovação, de modo constante”. (OLIVA: 2008, p.38)



         A perspectiva do saber geográfico atrelado a uma nova pedagogia mostra que o problema educacional é chave de um processo de solução da pratica humana na sociedade, com a educação o ser humano é capaz de se desenvolver socialmente e cognitivamente sobre as questões que lhe são impostas no meio social.

REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS.


VESENTINI, J. W. (Org.). Geografia e ensino: textos críticos. Campinas: Papirus, 1994.
MOREIRA, R. O que é geografia. São Paulo: Brasiliense, 1994. (Coleção primeiros passos; 48).

OLIVA, J. T. Ensino de geografia: um retrato desnecessário. In.: CARLOS, A. F. A (Org.).
A geografia na sala de aula. São Paulo: Contexto, 2008.

LEFÈBVRE, H. A re-produção das relações de produção. Porto: Escorpião, 1973.
 


quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

A Derrota Histórica de um Ferreira Gomes


É fato que o dia 03 de Janeiro de 2012 vai ficar marcado na historicidade e na memória do povo cearense. Esse dia consagra o grande fiasco em que a instituição, Estado, sofre um movimento brusco de quebra de soberania ao seu povo. Ficará marcado no currículo do Excelentíssimo Governador do Estado do Ceará Cid Ferreira Gomes que ele sofreu a maior derrota em termos políticos do Ceará. Quando analisamos os fatos ocorridos, iremos perceber que as características do movimento estiveram marcadas pela reação da população sobre uma política pública tão importante no dia-a-dia da sociedade que é a SEGURANÇA. Foi fácil perceber que o movimento grevista, que em seu conceito para ser greve deve atingir a sociedade de alguma forma, foi válido. Isso se explica, pois em diferentes movimentos como: dos professores e da saúde o poder privado conseguiu segurar a “onda” da população (seja em escolas particulares ou em planos de saúde) ja as empresas de segurança particular não conseguem ter esse exito. Mais enquanto o sabor da vitória era degustado pelo sindicato da PM na figura do capitão Wagner, o amargo da derrota ainda esta engasgado na goela de um Ferreira Gomes. Cid em toda sua prepotência se viu refém de uma classe de trabalhadores estatais, onde ou sedia a pressão ou seu curral eleitoral (estado do Ceará) poderia lhe derrubar enquanto chefe do executivo. O que se presenciou foi que a área em que mais sofreu investimentos em sua gestão (Delegacias, Ronda, aumento de efetivo) lhe deu uma apunhalada pelas costas, o seus Oficiais não conseguiram organizar e ditar regras aos seus batalhões. Em mandatos anteriores o ex -secretário de Segurança Roberto Monteiro imaginava uma polícia do futuro e a troca, inevitável, fez com que a figura de Francisco Bezerra assumisse o posto a frente da secretária. Todo esse desdobramento não serviu para diminuir o clima de insegurança e foi capaz de gerar toda essa revolta por partes dos militares. É fato que as reivindicações foram atendidas, mais isso não ficará assim (ao meu modo de ver) Cid deverá desembolsar uma boa quantia dos cofres públicos mais ele também irá querer resultado. E o ano de 2012 é marcado por eleições municipais. Ao mesmo tempo a greve pode ter lhe enfraquecido, mais ela também poderá servir como trunfo de campanha. Pois ele deu o aumento, e com certeza vai querer resultado.   

quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

Os vários perfis da Agricultura Familiar no estado do Ceará

Seguindo uma linhagem de pesquisa minha e de meu colega de faculdade Tiago Fernando Gomes, apresento  um artigo feito por ele, relacionado a essa temática geográfica tão importante que é a agricultura familiar. A onde lhe custou apresentação na Semana Universitária da Universidade Estadual do Ceará.

O trabalho abaixo faz uma comparação dos modelos de agricultura familiar, e as relações que podemos perceber entre empresa e produtor. Ao comparar diferentes espaços da Região Metropolitana de Fortaleza(RMF).GOMES,Tiago percebeu atraves de seus questionamentos e analises de campos que a pontos positivos e negativos da convivencia analisada.

A CONVIVENCIA ATUAL DA AGRICULTURA FAMILIAR E PATRONAL EM FORTALEZA E REGIÃO METROPOLITANA. 

A agricultura familiar apresenta-se como uma alternativa na geração de empregos e de alimentos de grande importância para a sociedade. Porém traz em seu sistema, deficiências no aspecto produtivo por não poder adquirir os melhores meios de produção; o que não ocorre com a agricultura patronal, por
isso é vital e imprescindível a necessidade de haver políticas agrícolas adequadas e ajustadas para ambos os sistemas. Assim sendo, observa-se que a agricultura patronal e familiar em Fortaleza e Região Metropolitana possuem características que ajudam na absorção dessa relação, além de que é uma atividade extremamente importante para a economia da cidade. Fazendo uma comparação dessas duas formas de organização, historicamente, estes dois modelos se diferenciam não somente por suas estruturas, mas também pelas
relações e diferenças em seus resultados, nível cultural e educacional dos produtores, o nível gerencial; como se dá a administração familiar e o processo sucessório, a relação de trabalho com seus funcionários, suas formas de captação de recursos e sua estrutura ambiental. Entende-se como nível cultural os princípios herdados que influenciam em sua atividade produtiva, representações ideológicas e sua capacidade de se adaptar ou tolerar mudanças ambientais. Nível cultural representa ainda a aptidão dos produtores
(e familiares) na assimilação de conceitos e técnicas alternativas de produção. A pesquisa dar-se a partir de levantamento de dados sobre esse, através de um questionário elaborado, pesquisa de campo, e pesquisa bibliográfica, dados estatísticos etc.







Análise do desfecho da greve dos Militares.

1 - Embora os governistas neguem, Cid sofre uma histórica e humilhante derrota, mesmo tentando a imprensa acobertar.

2- Conhecendo-se o histórico dos Ferreira Gomes, de dificuldade de conviver com opositores (para nao dizer autoritarismo), o governo daqui em diante se tornará bem mais intolerante quanto a movimentos sociais e greves.
3- A cúpula da polícia deverá cair , vários outros setores do Estado querem greves e Cid se encontra em uma encruzilhada.
5- O capitão Vagner se torna uma das grandes estrelas da oposiçao a Cid. Com apoio da categoria, impôs uma derrota humilhante a Cid. E pode sofrer muito com isso, oposição no Ceará é complicado
.
6- Fica visivel mais uma vez a falta de intermediadores no Ceará. Faltam líderes (PSDB se findou-se).
 
7 Cadê João Alfredo e Renato Roseno? Adotaram o silêncio como estratégia (correta ao meu ver)?.
 
8- Marcos Cals e, especialmente, Renato Roseno se credenciam muito p/ as eleições de 2012 com a cride Cid e Luizianne. As vaias no aterro, a ruptura entre parte da c. média e PT, a aliança com Cid e a fragilidade dos cands desejados pela Loura devem alertar PT. Teremos Uma disputa acirrada e imprevisivel para a prefeitura de Fortaleza.

Uma Abordagem sobre a Greve dos Militares no Ceará.

Mais uma vez observamos a fragmentação do Estado. Sem a competencia de organizar,desenvolver e dar a tão sonhada qualidade de vida, as autoridades cearenses(que ja é uma pratica de governantes) acabam se omitindo ao problema e pedem ajuda a união. Cade a soberania do Estado? E a imprensa ? Judiciário? Legislativo?Uma coisa que percebo, nao sei se os amigos concordam, é a falta de grandes mediadores no Ceará recente. É incrivel que não exista na sociedade cearense um líder de envergadura para chamar as partes para uma conversa. Não vejo ninguém. Eu penso em figuras como Dom Aloísio Lorscheider, alguém que todos escutem nos momentos delicados e de crise. Nossos líderes são cada vez menores."Aliás, há uma crise da segurança pública, da saúde pública, da educação pública... Como diz a filósofa Hannah Arendt, o sentido da política é a participação e o bem da maioria. O modelo econômico-político vigente no Ceará há 25 anos está longe, muito longe disso. Não bastam grandes obras e crescimento econômico para o bem estar de nossa população. Fui informado que vários dos atuais policiais são jovens com curso superior -- com isso, são muito mais politizados e organizados. Durante anos, foi-lhes passado a ideia de que o estudo traria uma boa condição social. Óbvo que uma coisa não implica na outra. Assim, os militares, os professores e demais funcionários desejam um padrão salarial compatível com seu nivel intelectual. Daí as greves. O governo Cid em todas as greves anteriores nao acatou essas reivindicação, usando da força política que o controle do Estado lhe garante - no Ceará, toda greve é declarada ilegal por um Judiciário submisso (com honrosas excelões). No caso da polícia, a coação da Justiça é pequena, pois conforme interpretam os juristas, os militares não podem fazer greve. Assim, é pouco importante qualquer decisão da Justiça condenando a greve militar. A coação de Cid não está dando certo. As pressões sobre o governador são grandes. A negociação, cada vez mais, é o caminho mais lógico a seguir. Cid deveria ter feito isso logo no comço da greve. Não teve a perspicácia de perceber como é sensivel e imediato para as pessoas a segurança, já que todos são atingidos. O desgaste político do governador foi grande.  "(Palavras de um colega de Profissão.)